Em um movimento que promete impactar diretamente a economia brasileira, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30) a antecipação da taxação de produtos brasileiros, oficializando tarifas de até 50% sobre importações vindas do Brasil. A medida foi anunciada poucas horas após a aplicação da chamada Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo Trump, a decisão faz parte de um “pacote de retaliações econômicas” destinado a países cujos líderes ou autoridades estejam sob sanções norte-americanas. “O Brasil precisa entender que apoiar figuras que desrespeitam a democracia terá consequências comerciais severas”, declarou Trump em um comício na Flórida.
As novas tarifas afetam diretamente setores estratégicos da economia brasileira, como agronegócio, siderurgia, têxtil e tecnologia, encarecendo a exportação de carne, soja, minério e produtos manufaturados. Empresários brasileiros já alertam que a medida pode gerar perdas bilionárias e comprometer acordos comerciais firmados nos últimos anos.
Em Brasília, o governo federal classificou a decisão como “hostil e desproporcional” e informou que buscará diálogo urgente com autoridades norte-americanas e organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). O Itamaraty estuda, inclusive, a possibilidade de recorrer a instâncias multilaterais para contestar as tarifas.
Economistas alertam que, caso mantida, a medida pode pressionar ainda mais o câmbio, elevar preços internos e dificultar a competitividade do Brasil no mercado global. “Estamos diante de um cenário de alta tensão diplomática que pode ter desdobramentos graves para nossa balança comercial”, avaliou o professor de Relações Internacionais, Ricardo Sampaio.
A antecipação das tarifas também reacendeu debates sobre a dependência brasileira de mercados externos e a necessidade de diversificação das exportações. Enquanto isso, entidades empresariais cobram ações rápidas do governo para evitar prejuízos imediatos.