‘Um voto ou uma sanção misteriosa?’. As sessões da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) serão acompanhadas em tempo real por Washington, segundo fontes ligadas à administração de Donald Trump. A Casa Branca, de acordo com esses interlocutores, manterá atenção redobrada e já estuda aplicar novas sanções e tarifas contra o Brasil em tempo real, conforme o andamento da votação.
As medidas em avaliação não foram detalhadas oficialmente, mas incluem hipóteses como cassação de vistos de autoridades brasileiras, bloqueios financeiros a integrantes do STF e uma nova rodada de exclusões de produtos da lista de exceções ao tarifaço de 50% imposto contra exportações brasileiras em agosto. O pacote dependerá, segundo as mesmas fontes, da decisão política de Trump diante do destino judicial de Bolsonaro.
O republicano já havia vinculado a questão comercial ao processo no Supremo. Em carta oficial na qual comunicou o tarifaço, classificou o julgamento como “caça às bruxas” e pediu sua interrupção imediata. Em declarações recentes, voltou a defender o ex-presidente, chamando-o de “um homem honesto”, e condicionou a retomada de negociações a respeito de tarifas à resolução da questão judicial. Atualmente, não há tratativas formais de comércio entre os dois países.
Paralelamente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo confirmaram viagem a Washington durante a semana do julgamento. Ambos chegam à capital americana em 3 de setembro, segundo dia das sessões, com a missão de relatar o andamento do processo a pessoas ligadas à Casa Branca.
O estrategista Jason Miller, ex-porta-voz de Trump, também tem atuado no tema. Em entrevista recente, lembrou que foi detido no aeroporto de Brasília em 2021 por ordem de Moraes e afirmou que o mesmo ministro agora busca prender Bolsonaro por até 35 anos. Segundo Miller, Trump atuará com todas as forças para interromper “práticas antidemocráticas” no Brasil.
No Itamaraty, a avaliação já é de que o julgamento poderá agravar o impasse diplomático com os Estados Unidos. O desfecho do julgamento está previsto para ocorrer até 12 de setembro.
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