Em um marco para a medicina do interior de São Paulo, o Hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas realizou, no último dia 24 de junho, o primeiro implante de coração artificial da região. O procedimento, que durou cerca de cinco horas e mobilizou uma equipe de aproximadamente 20 profissionais, foi realizado em uma paciente de 43 anos diagnosticada com cardiomiopatia dilatada em estágio avançado.
Segundo o coordenador da cardiologia do hospital, dr. Mauricio Marson, a cirurgia foi bem-sucedida e a expectativa é que a paciente recupere sua qualidade de vida. “Utilizamos tecnologia de ponta para implantar um dispositivo que substitui integralmente a função do lado esquerdo do coração. Trata-se de um equipamento americano de última geração, que fica totalmente dentro do corpo e é alimentado por uma bateria externa”, explicou.
A cardiomiopatia dilatada é uma doença cardíaca crônica que compromete o tamanho e a força do músculo cardíaco, afetando principalmente o ventrículo esquerdo. Em muitos casos, a principal alternativa é o transplante de coração. No entanto, para a paciente em questão, o transplante estava contraindicado, o que tornou o coração artificial a única solução viável.
Em estágios avançados, como o da paciente operada, a doença pode provocar arritmias graves, incapacidade para realizar até mesmo atividades básicas, internações recorrentes e necessidade contínua de medicamentos administrados por via endovenosa.
A cirurgia reforça o papel do hospital como referência em alta complexidade no estado e demonstra o avanço da tecnologia médica disponível fora da capital. “Esse tipo de procedimento devolve a esperança para pacientes que, até então, tinham opções muito limitadas”, concluiu o dr. Marson.
