O Exército israelense emitiu neste sábado (6) novas ordens de evacuação na Cidade de Gaza e destruiu mais um prédio residencial na região. O edifício tinha muitos andares, segundo a pasta, e foi descrito pela agência de notícias AFP como um “arranha-céu”.
O coronel Avichay Adraee, porta-voz em língua árabe do Exército, ordenou a evacuação de alguns bairros da maior cidade da Faixa de Gaza, zona onde vivem cerca de um milhão de palestinos, segundo a ONU. Adraee pediu que eles fossem para Khan Younis, no sul do território, que declarou “humanitária” e que teria uma estrutura humanitária para os receber.
Pouco depois, o Exército anunciou ter destruído um edifício de grande altura, identificado por testemunhas consultadas pela AFP como Susi, no sudoeste da cidade, local alvo da ordem de evacuação.
Na sexta-feira, as forças israelenses destruíram o 2º prédio mais alto de Gaza, também localizado na cidade, e a AFP descreveu o edifício destruído neste sábado como semelhante ao do dia anterior. Um vídeo mostra claramente o momento do ataque de sexta, realizado com três mísseis de alta precisão que atingiram a base do prédio e formando uma grande nuvem de poeira ao lado de um campo de tendas de refugiados. É possível que o bombardeio deste sábado tenha ocorrido de modo similar.
O Exército israelense acusou o grupo terrorista Hamas, com o qual trava guerra desde outubro de 2023, de usar ambos os prédios para dar apoio às atividades, e acusou o grupo de usar infraestruturas civis para se proteger, algo que o Hamas nega. Anteriormente, a pasta havia alertado que faria esse tipo de ataque a grandes edifícios residenciais que considerasse ameaça.
O Exército israelense, que afirma controlar 40% da Cidade de Gaza —e 75% de toda a Faixa de Gaza—, e declarou querer tomá-la por considerar a cidade como o último bastião do Hamas, e onde o restante dos reféns estariam sido mantidos.
A ofensiva ocorre após o presidente americano Donald Trump afirmar na sexta-feira que os Estados Unidos estão em negociações “muito profundas” com o Hamas, cujo ataque sem precedentes em Israel em 7 de outubro de 2023 desencadeou a guerra.
O Exército israelense estima que 25 dos 47 reféns que ainda estão em Gaza —dos 251 sequestrados em 7 de outubro— estão mortos.
O grupo terrorista palestino aceitou em agosto uma proposta de cessar-fogo que permite a libertação de reféns em etapas, graças à mediação do Egito, dos Estados Unidos e do Catar.
Mas o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exige que o Hamas liberte todos os reféns de uma vez, deponha as armas, e afirma que quer assumir o controle da segurança da Faixa de Gaza.